A profissão Relações Públicas começou nos EUA, com o
reconhecimento da importância da opinião pública para a manutenção ou
fortalecimento das atividades. No final do século XIX e início do século XX, marcaram o
aparecimento dos monopólios nos EUA, como: William Vanderbil que era dono das
estradas de ferro, John D. Rockfeller no setor petrolífico e J.P. Morgan, do
sistema bancário. Vanderbil, desativou uma linha férrea que ia de New York a
Chicago, sem se importar pelo interesse da sociedade pela manutenção.
Questionado pela sua indiferença disse: “The public be damned” (“O público que
se dane”). Essa famosa expressão da declaração de Vanderbil foi negativa para a
opinião pública, então ele tentou desmentir a entrevista, entretanto, a opinião
pública começou a ficar desfavorável ao poderio e as praticas dos grandes
monopólios.
Problemas como o acúmulo de riquezas de forma desigual, a exploração
da mão-de-obra, a concorrência comercial desleal e a influência política da
classe econômica, geraram um clima de insatisfação no país que desencadeou
movimentos de contestação. Levando os donos dos monopólios a assumirem novas
políticas sociais, comunicacionais e administrativas para reverter a situação. O
crescimento da onda de protestos obrigou o governo norte-americano a tomar
algumas medidas legais e propor ao Congresso leis contra os monopólios e
cartéis.
Os empresários sentiram, então, necessidade de vir a público para
tentar explicar suas atividades, por intermédio de advogados e jornalistas. Foi
quando John D. Rockefeller Jr. contratou os serviços de Ivy Lee, um antigo
jornalista nova-iorquino, que não se limitou apenas no campo da comunicação,
através da assessoria de imprensa, mas realizou projetos no campo social e
sugeriu mudanças no comportamento pessoal do empresário que foi acusado de
mandar atirar contra trabalhadores na greve da Colorado Fuel and Iron Co. Para
melhorar a imagem pública do empresário, foram fundadas organizações
filantrópicas, centros de pesquisa, universidades, hospitais, museus, concedeu
bolsas de estudo em nome dos Rockfeller e dispensou os agentes de segurança
pessoais do empresário que se preocupava com a política discriminatória do mundo
dos negócios. Ivy Lee desenvolvia um trabalho que ia além da propaganda e da
divulgação, ele elaborava estratégias de relacionamento e comunicação para
persuadir a opinião pública a posicionar-se a favor destas corporações.
Muitas
outras providências foram tomadas, todas procurando humanizar a corporação aos
olhos do povo. Lee foi o primeiro a colocar em prática os princípios e as
técnicas de Relações Públicas. As desigualdades sociais, a propagação dos ideais
comunistas, o fortalecimento dos sindicatos, o aparecimento dos conflitos entre
a classe trabalhadora e as indústrias, os movimentos literários de contestação,
as atitudes públicas dos grandes capitalistas e as novas relações trabalhistas
caracterizam o cenário de surgimento da profissão Relações Públicas nos
EUA.
Segundo
o Portal RP, houve outros que se destacaram no mundo empresrarial, com os mesmos
princípios de Relações públicas, como: George Michaelis, James Ellsworth,
Pendlenton Dudley e George Creel. Este último, também jornalista, foi convidado
pelo presidente Wilson para organizar a "United Public Information Office", que
funcionou como um dos primeiros serviços de Relações Públicas no âmbito
governamental.
Os
homens que trabalharam com George Creel (Carl Byoir, Edward Bernays, Harvey
O’Higgins, John Price Jones e outros) levaram sua experiência e conhecimentos
técnicos para as empresas privadas. Edward Bernays publicava seu livro
"Crystallizing Public Opinion" (1923), que pode ser considerado como a primeira
obra sobre Relações Públicas. Pode-se dizer, igualmente, que Bernays foi o
primeiro professor de Relações Públicas, no meio universitário, quando lecionou
naquele ano Relações Públicas na Universidade de Nova Iorque.
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